domingo, 29 de novembro de 2009

A idéia do sol

A sesação do sol sobre a pele
a sensação, o sol, e a pele
eu me lembro e desmembro
como se fosse agora
e queima
eu sento
como é o gosto do mar?
o sal secou, o céu molhou, a chuva caiu no mar
que não vai uma gota se quer pra trás
o sal que molha, o sal que esgota e volta pro sol
num intenso desmembrar de sensações com palavras
que não traz o sol mas eu lembro e isso basta
eu entendo e isso fica
de repente, eu não sei mais se sou luz ou consumo a luz que me consome?
eu sinto, não sou, apenas sinto, que pena agora eu vejo
e cada vez mais tudo é
tudo é e pra mim nada sobra ser
o mar, não só ele mas o sal, a droga do sal do mar
o sol não simplesmente puro
o sol que ilumina
e a luz que vive

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Ao léu

Enfim, não conseguiu conter as mãos
pior que nem mais coceiras sentia
assim, de súbito
quis mover-se
em direção à um algo
por temor podia ter ficado pelo caminho
e até ficou
mas a verdade é que
não sabia mais definir se continha o incontido
ou se o incontido a continha

Respirou
novos odores
com cores gastas
já antes apreciadas
sonhou sonhos compostos
criando por motivos diversos
secretos
sabe-se lá porque
que é pra não dizer com certeza

o que não se consome
parece resistir ao tempo
as cores permanecem vivas
e iluminadas

Mesmo assim nada prefiro
nem o depois, nem o agora
quero picotar papel
ao léu
escrevo
se os deuses assim me pedem
faço
minha fortuna
e desfaço
faço...
desfaço..
faço...
podia ter ficado pelo caminho

Veda hille - Lucklucky

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Sou, se é que não usurpo minha própria pessoa

" O sentido do ser ficou aterrado
Por esse que não era o mesmo;
Natureza única e duplo nome,
Que não se chamava dois nem um.

E a própria razão, confusa,
via a divisão, amalgamar-se..."

Do livro: Admirável mundo novo.

Eu reclamo o direito de ser infeliz

" Ele definia a filosofia como a arte de encontrar más razões para aquilo em que se crê por instinto. Como se nós acreditássemos em alguma coisa, seja o que for, por instinto! Cremos nas coisas porque somos condicionados a crer nelas. A arte de encontrar más razões para aquilo em que se crê por outras más razões. Isto é a filosofia."

Do livro: Admirável mundo novo.