segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Pra ninguém

Cansei de ser inimiga da poesia
mesmo tendo perdido o esboço da minha felicidade.
Fui alma e osso exposta a
superficie rasa de outrem.
Nem que eu quisesse
poderia me arrepender.

Eis um indivíduo
trágico e leve.
Quizera eu te estender a mão,
fazer-te ver que antes da vida, existe a arte.
o melhor é ser o que se é,
saber o que se sabe.
Qualquer ódio saiba, prende-se a esse papel.
A falta de resposta foi ouvida.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Arrefecido

Merece a poesia uma chance?

O eu desolado
Em-si e para-si
Assim desnudo
chora o pranto perene
- O futuro nunca existiu !!
Ela clama
com a certeza do equilibrista
poisé, essa nossa capacidade de ver distante...

A poesia diz tanta coisa
e eu desacreditada
deixei estar o copo vazio
até transbordar
me restou a sede
daquele que nunca viveu
finjo que apago e apago
sou toda ao momento idilíco
e toda a melancolia

Foi o gosto salgado
ou foi o tempo nublado?
Existiu a palavra fatal?

Nem destino,
nem acaso.

Foram as promessas,
foi a falta de coragem,
foi a fé dele e dela.

Claro que o sol há de brilhar novamente.
Ei de salivar ao lembrar-te,
doce como és,
arrefecido pela dor
que eu nunca vi.
Desculpe-me por não ver,
mas conservo em mim seu gosto.
Certa de que mereceu a poesia essa chance.